Amoras
A quantidade de gente que me aconselha a limpar as silvas é inimaginável. Entre muitas funções, as silvas fornecem amoras. E eram tantas este ano, que tive de diversificar o que fazer com elas. Apanhei cerca de um quilo por hora sempre com alguns inevitáveis arranhões dos picos.
Doce de Amora
À segunda tentativa, baixei o açúcar amarelo para metade, criei vácuo no interior dos frascos virando-os enquanto ainda quentes e não triturei as amoras para uma melhor sensação do fruto.
Xarope de Amora
Sempre gostei muito de xarope de groselha mas ao tomar consciência dos conservantes, deixei de o comprar. O xarope de amora é a versão triturada e filtrada do doce. De momento apenas tenho para o me consumo.
Licor de Amora
É a versão alcoólica dos anteriores. A aguardente comprada ao Sr. Zé, absorveu o aroma das amoras que juntamente com a água e o açúcar amarelo constituem este digestivo.
Também desidratei amoras que uso para compor as papas de aveia ao pequeno-almoço.
Kombucha
É uma bebida próbiótica que conheci num encontro de permacultura na Tailândia, e que no início deste ano, aprendi a fazer. Uma cultura de bactérias alimentadas com teína e açúcares é mantida num frasco, misturada com outras sabores (sumos, vegetais, chás) e engarrafada. Ao estar fechada, a bebida torna-se gasosa. Daí ainda não ter conseguido alargar o "prazo de validade". Pois é mais agradável com gás mas explosiva se fermentar por demasiado tempo. Especialmente com calor.
Kombucha
De momento não tenho nada engarrafado.
Maçãs
Apesar de só ter duas macieiras, uma delas é enorme e esta colheita constante também me obrigou a alguma criatividade no escoamento do fruto.
Sidra
Era um desejo antigo. E ainda mais me atrai por não ser uma tradição portuguesa. Segui uma receita de um sr. inglês da autosuficiência. Comprei uma prensa para espremer as maçãs e deixei fermentar. Uma pitada de levedura de cerveja e açúcar para outra fermentação e engarrafamento.
Ao transferi-la para garrafas mais apresentáveis no Natal, posso ter cometido um erro grave. O azedar. Ainda há esperanças de ter vinagre e a certeza de ter mais e melhor sidra para o ano.
Maçã Desidratada
Vi vários planos de construção de desidratadores mas uma solução simples me chamou a atenção: um arame ao sol. As rodelas espetadas secam em 3 a 4 dias secos e são mantidas ermeticamente fechadas. A escolha pelos sacos de papel como embalagens pode ter sido bonita mas não é a melhor. Tenho ainda de encontrar uma alternativa verde aos sacos de plástico.
Doce de Maçã e Canela
Um clássico que deu demasiado trabalho no descascar para a quantidade de doce final. É que as maçãs não são grandes. Sem stock de momento.
Marmelos
Custa-me ver a quantidade de fruta que morre no chão dos quintais dos vizinhos. Apanhei uns poucos do Sr. Joaquim.
Marmelada
Tal como nos outros doces, junta-se um pouco de água e açúcar amarelo. O pau de canela é para dar sabor. O marmelo dá muito mais rendimento. Provavelmente devido à sua consistência.
Figos
As figueiras que tenho não frutificam o suficiente mas nas redondezas a palavra desperdício está sempre presente. São uma delícia e as diferentes variedades oferecem-nos figos de Junho a Novembro.
Figos Secos
Até então, este processo parecia-me uma dor de cabeça. Mas neste ano, com os professores certos, consegui um produto excelente. A variedade certa e o estado de maturação com que são apanhados ajuda muito. Levam um pouco de farinha para evitar qualquer humidade.
Castanhas
As oliveiras extra que arranjei para tratar não eram grande coisa mas vinham com o bónus de outras árvores, entre elas, castanheiros.
Castanhas
Foi o primeiro ano em que apanhei castanhas. Um trabalho que começou por ser muito inglório até encontrar a árvore certa. As castanhas foram inspeccionadas uma a uma mas não há garantias de isenção de bichinhos. Afinal, sou humano.
Tomate
Foram-me oferecidos aí uns 10 pezinhos de tomate cherry escuro. Mal imaginava eu que iriam dar tanto tomate ao ponto de não saber o que fazer com ele.
Chutney de Tomate
Uma solução que encontrei, até, para o tomate verde. Com cebolas da Dª Luísa, vinagre, açúcar mascavado, colorau, malagueta, grãos de mostarda, alho e sal. Também é algo que perde muito volume após a confecção mas que dificilmente se estraga.
Uvas
Já sabia que tinha uma quantidade razoável de videiras a treparem as árvores junto à ribeira. Este era o ano em que tinha de tentar fazer vinho, nem que fosse só num balde.
Vinho
Esta é a uva chamada morangueira, uma espécie americana cultivada em tempos onde as variedades europeias sofreram muito com as doenças. Eu gosto do sabor da uva mas não consigo comer a casca.
O meu vizinho emprestou-me umas escadas compridas dizendo-me que conseguiria fazer aí uns 50 litros de vinho. Comprei uma dorna (depósito de 350 litros onde se pisam e fermentam as uvas) e em dia e meio enchi 3 vasilhas de uva. Andar empoleirado nas árvores não torna a coisa muito rápida. Após pisar as uvas, tive de as mexer com regularidade durante uma semana e por fim, transferi o líquido para uma barrica. Quase que desmaiei com os vapores do álcool (algo aprendido) e tive o resultado de 80 litros. Bem mais fácil que o que imaginava. Este vinho ainda não está totalmente amadurecido mas já o bebo orgulhosamente.
Jeropiga
A jeropiga é feita com o sumo de uva (1 dia após a uva ter sido pisada) e aguardente. Não é tão boa como a do Sr. Zé mas já me aqueceu enquanto esperava pelo vinho.
Azeitonas
Não me canso de enaltecer a importância desta cultura no mediterrâneo.
Azeitonas
Este ano segui a forma do meu vizinho Joaquim. Só apanhei as verdes e mantive-as sempre em água com sal. Retirei-lhes a maior parte do amargo e enfrasquei-as com alho, sal, tomilho, oregãos e louro. Para o próximo ano vou também tentar conservar azeitonas maduras.
Azeite
É necessário encurtar o tempo desde a colheita até à chegada ao lagar. Foi a única tarefa do ano que me fez aproveitar toda a luz possível do dia durante 11 dias. Terminei exausto mas com o sentido de dever cumprido. Tenho pouco ouro verde mas para o ano será melhor.
Desodorizante
É o que uso já há 5 anos. Aprendi a fazê-lo numa workshop e ao ver pessoas em meu redor a aderirem, levou-me a produzi-lo. Entre o amido de milho biológico, bicarbonato de sódio, óleo de côco, azeite e óleo essencial, apenas o azeite vem da Casa Azul.
Molho de Levedura de Cerveja
Foi amor ao primeiro sabor. Leva levedura de cerveja, sementes tostadas trituradas, alho, sal, pimenta e azeite. Ainda não vi ninguém com a mesma reacção que a minha. Tal como o desodorizante, apenas o azeite é proveniente da Casa Azul.
Na tentativa de utilizar uns rótulos mais ecológicos a apresentação ficou um pouco afectada com a humidade.